O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, informou neste
sábado (31) que pediu ao Ministério da Justiça, à Polícia Federal e à
Controladoria-Geral da União (CGU) que investiguem denúncia publicada pela
edição deste final de semana da revista “Veja” e que afirma que um ex-assessor da
Saúde recebeu R$ 200 mil em propina de um grupo suspeito de desvio de recursos
em hospitais federais no Rio de Janeiro.
“Assim que tomei conhecimento, solicitei ao Ministério da
Justiça e à Polícia Federal a apuração dos fatos. Também abrimos procedimento
interno de apuração em relação ao ex-assessor”, disse Padilha durante
entrevista coletiva convocada na manhã deste sábado para tratar da denúncia
apresentada pela revista.
Segundo a reportagem, o assessor especial do Ministério da
Saúde deixou o cargo em dezembro, após ter recebido propina de R$ 200 mil de um
grupo suspeito de desvios milionários em hospitais do Estado.
A publicação apresenta depósitos bancários que comprovariam
que os pagamentos foram feitos em junho de 2011. Entre os depositantes, afirma
a reportagem, estão empregados de uma empresa farmacêutica que recebeu R$ 3,8
milhões da União desde 2009, parte desse valor devido a contratos com hospitais
universitários do Rio de Janeiro.
De acordo com a revista, os depósitos foram feitos na conta
de três pessoas próximas ao ex-assessor, entre elas um sobrinho. “Veja” afirma
que ouviu uma das pessoas usadas por ele para obter o dinheiro, que recebeu R$
65 mil dos R$ 200 mil em sua conta. Ele disse à publicação que o valor foi
usado para pagar uma dívida de campanha do ex-assessor do ministro.
O ex-assessor disse à revista que caiu em uma armadilha e
acusa deputados que, segundo ele, estariam interessados na manutenção de um
esquema de desvio de verbas que funcionava no Ministério da Saúde e teria sido
desmantelado após a nomeação de Padilha pela presidente Dilma Rousseff.
Indignado
“Estou indignado com os fatos revelados aqui”, disse Padilha
sobre a denúncia da revista. Ele afirmou que só ficou sabendo das suspeitas
contra o ex-assessor no dia 26 de março, quando foi procurado pela revista.
O ministro disse que o ex-assessor foi exonerado em dezembro
depois se ausentar do trabalho por um período. Ao retornar, disse Padilha, ele
alegou razões pessoais para a ausência e pediu para reduzir o ritmo de
trabalho. Em seguida, relatou o ministro, ele pediu férias por e-mail. Padilha
disse que não autorizou as férias e resolveu exonerar o assessor.
Padilha contou que conhece o ex-assessor desde a época em
que atuava no movimento estudantil. Em 2005, o reencontrou na Secretaria de
Relações Institucionais (SRI) da Presidência – ele estava na secretaria desde
2003. Padilha foi ministro da SRI entre setembro de 2009 e janeiro de 2011,
durante o último mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Ao ser nomeado ministro da Saúde pela presidente Dilma
Rousseff, Padilha disse que decidiu convidá-lo para assessorá-lo na relação do
ministério com parlamentares e prefeituras porque considerou que ele tinha
“perfil” para a função. Ele negou, porém, que tenha relação pessoal, de
amizade, com o ex-assessor.
O ministro informou que desde abril de 2011 está em
andamento uma auditoria nos hospitais federais no Rio de Janeiro, que revelou
indícios de irregularidades como formação de cartel, direcionamento de
licitações e sobrepreço em contratos.
Entre junho e dezembro foram auditados 99 contratos. O
ministro suspendeu 37 contratos de obras e cancelou quatros contratos de
aluguel de equipamentos.
Fonte: Site G1
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