O desaparecimento de pessoas entre 2003 e 2011 será
investigado por Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada nesta
terça-feira (3) na Câmara. Os parlamentares querem apurar a relação dos
desaparecimentos com o tráfico de pessoas para comércio internacional de
órgãos, adoção internacional ilegal, prostituição e trabalho escravo. O período
investigado é relativo à vigência da Convenção das Nações Unidas contra o Crime
Organizado Transnacional, conhecida como Convenção de Palermo.
A CPI do Tráfico de Pessoas no Brasil será presidida pelo
deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA). A relatora será a deputada Flávia Moraes
(PDT-GO). Foram escolhidos como primeira vice-presidente a deputada Érica Kokay
(PT-DF) e para segundo vice-presidente o deputado Fernando Francischini
(PSDB-PR). Para terceiro vice-presidente, foi indicado o deputado Asdrubal
Bentes (PMDB-PA).
Falsas promessas
O deputado Arnaldo Jordy, que propôs a CPI, explica que
muitas pessoas desaparecem após serem atraídas por promessas de atuarem como
jogadores de futebol em outros países ou de trabalhar como modelos e acabam
capturadas por redes criminosas que negociam vidas humanas. “Isso justifica que
o Congresso Nacional investigue com o objetivo de combater os criminosos, aparelhar
melhor o Estado para combater esse crime, que é novo, e alertar a sociedade que
isso é um dado de realidade, que as pessoas precisam estar atentas para a
existência desse tipo criminal, que é real e em volume crescente, e que precisa
ser combatido”, afirmou o presidente da CPI.
Audiências nos estados
A relatora Flávia Moraes afirmou que pretende realizar
audiências públicas em todo o País. Para ela, a situação gera insegurança para
as famílias, pois, muitas vezes, as pessoas desaparecem após terem sido
aliciadas de forma mentirosa. “Elas vão com um sonho e não se pode cercear o
direito de ir e vir. Mas é importante que possamos abrir espaço para que essas
pessoas, ao perceberem que foram iludidas, tenham o direito de voltar”,
defendeu.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de
pessoas vítimas de tráfico no planeta chega a 4 milhões por ano. Os brasileiros
estão entre as principais vítimas do tráfico internacional.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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