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quarta-feira, abril 3

Juiz aceita denúncia contra oito pessoas sobre incêndio da boate Kiss



Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados pela tragédia. Louzada também se manifestou a favor de júri popular para acusados.

O juiz da 1ª Vara Criminal de Santa Maria, Ulysses Louzada, aceitou na totalidade a denúncia do Ministério Público contra oito pessoas no incêndio na boate Kiss, em 27 de janeiro, que matou 241 pessoas. Quatro deles foram denunciados por homicídio doloso. O magistrado ainda disse na entrevista coletiva desta quarta (3) que o processo será julgado em Santa Maria. Com isso, os envolvidos no caso viram réus e serão julgados. A partir de agora, a defesa dos acusados terá 10 dias para se manifestar.

Louzada é favorável ao júri popular dos quatro denunciados por homicídio doloso e que estão presos atualmente, os dois sócio-proprietários da boate, Elissandro Spohr e Mauro Hoffman, e os dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Augusto Bonilha Leão. "O delito atribuído aos acusados por ser capitulado como doloso e é da competencia do tribunal do júri. Não significa necessariamente que eles irão a júri popular", afirmou.

Ao falar sobre a denúncia, Louzada elogiou o trabalho do MP e a investigação policial. "Acolho a manifestação do Ministério Público em sua totalidade. O trabalho do MP se mostrou irrepreensível, de forma clara, concisa e justificando a denúncia atribuída a cada um. Determino que sejam citados os acusados", completou na entrevista.

Com a denúncia aceita para a Justiça, os advogados dos denunciados têm 10 dias para apresentar a defesa. Depois disso, o MP analisará os argumentos e fará a réplica.

Louzada ainda defendeu a conexão entre os processos. "A denúncia do MP determina que certas ações sejam julgadas ao mesmo tempo, para produzir condição única de provas". Ele ainda disse que evitou ir ao local da tragédia para que não haja "contaminação antecipada".

Sobre as duas pessoas denunciadas por falso testemunho, o magistrado esclareceu que ainda há chance de retratação. “Se até a sentença as pessoas se retratarem acaba o crime, teoricamente. Tem também a possibilidade de que a própria defesa diga que aceita a denúncia do MP”.

O juiz Ulysses Louzada também falou a respeito do tempo estimado na análise do caso. “O Direito não é uma ciência exata, não temos como definir matematicamente um prazo”, disse. “É uma longa caminhada, o que não significa que vamos demorar muito tempo, mas queremos efetividade. Tudo que for possível para que tenhamos uma resposta rápida à sociedade será desenvolvido”.

O juiz também falou sobre a questão do foro privilegiado do prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer, responsabilizado no inquérito policial, mas não denunciado pelo Ministério Público. Sua situação seria analisada pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, que ainda não recebeu a cópia do inquérito. Neste ponto, Louzada disse que não cabe a ele a competência de analisar a responsabilidade da prefeitura.

Fonte: Site G1 RS

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