De janeiro a setembro, o Setor de Homicídios registro 43
mortes
Por Cíntia Piégas
Diário Popular
Os mandados de busca e apreensão cumpridos na manhã de
terça-feira (1º) faziam parte de uma investigação de duas tentativas de
homicídios em Pelotas. Os alvos seriam os possíveis autores, mas a polícia
deparou-se com três pessoas armadas (dois menores), munições e mais 100 quilos
de carne imprópria para o consumo e sem procedência, cometendo outro tipo de
crime.
Com o trabalho coordenado pelo delegado do Setor de
Repressão Qualificado dos Homicídios, Félix Rafanhim, de sexta até terça, cinco
pessoas foram presas (duas preventivamente suspeitas de cometer crimes contra a
vida) e a Justiça já analisa o pedido de prisão de C.R.M., de 37 anos, acusado
de ter matado a mulher Eva Rita dos Santos Garcia, 36, com um tiro na testa, no
sábado.
De janeiro até final de setembro, a polícia registrou 145
homicídios, entre 107 tentados e 38 consumados (veja box). Numa projeção
otimista da polícia de Pelotas, o número de homicídios pode ser 7% menor que em
2012, quando 60 pessoas foram mortas violentamente. Pelos cálculos do delegado
Félix, o ano pode se encerrar com 56 homicídios.
Já sobre a diferença entre o total de crimes registrados até
terça (38) e o número de pessoas mortas (43), Rafanhim explica que em dois
casos houve mais de uma vítima e dois latrocínios foram designados à Delegacia
Especializada em Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec).
"Estamos contando também o caso da Daiane. Seu corpo foi encontrado às
margens da barragem em avançado estado de decomposição e ainda não se tem laudo
final apontando a causa da morte", justificou.
Um ano de avaliação
Dos casos que chegaram às mãos dos investigadores, 82,51%
estão elucidados. Status que coloca a polícia especializada de Pelotas em
posição privilegiada no ranking estadual. No início da semana o chefe de Polícia,
delegado Ranolfo Vieira, divulgou dados de resultados das estratégias de
resolutibilidade de homicídios implementadas nos 11 municípios do Estado que
ganharam o departamento exclusivo para esse tipo de crime, em junho do ano
passado. Somente em 2012, Porto Alegre, Canoas, Guaíba, Gravataí, Alvorada,
Viamão, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Caxias do Sul, Passo Fundo e Pelotas foram
responsáveis por 65% dos homicídios dolosos do Estado.
Os índices fizeram com que a polícia agisse rapidamente
implementando a força-tarefa, por meio de ações de repressão e elucidação dos
casos. A Civil trabalhou na especialização da investigação criminal e no
controle e acompanhamento diário dos casos de homicídios. Com isso, passou a
realizar reuniões mensais de avaliação e, paralelamente, vem fortalecendo o
órgão de segurança com a designação de delegados de polícia e novos agentes,
além de maior interlocução com as demais instituições públicas (Brigada
Militar, Instituto Geral de Perícias, Ministério Público e Polícia Judiciária).
Desempenho
No Estado, durante o período avaliado - 1º de setembro de
2012 a 31 de agosto de 2013 -, verificou-se que houve um aumento de 151% nos
esclarecimentos de homicídios. Nesse período, em 73,7% dos crimes os autores
foram identificados, contra os 29,4% do mesmo período entre 2011 e 2012.
Nos 11 municípios, também foi observada uma queda de 14,4%
nos homicídios. Segundo o chefe de Polícia Ranolfo, as estratégias estão
servindo de modelo para outros estados e poderão ser utilizadas em uma estratégia
nacional de combate aos homicídios.
Infográfico: Mariana Weber - Especial DP |
Perfil criminal
Dos crimes
145 registros de homicídios
107 tentados
38 consumados
Dois latrocínios encaminhados à Defrec
43 pessoas assassinadas
Arma de fogo - 81,3% dos homicídios
Outras armas - 18,6% dos homicídios
Meses mais violentos - Março e maio - oito assassinatos
bairro mais violento - Areal
Das vítimas
90% tinham passagem pela polícia
39 homens
Quatro mulheres
Cinco menores (faixa etária entre 14 e 17)
Fonte: Site Diário Popular
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