O advogado do goleiro Bruno Souza apresentou nesta quinta (19) à Justiça a defesa prévia do jogador no caso do desaparecimento de Eliza Samúdio. Junto ao documento de 50 páginas a que Terra Magazine teve acesso, ele encaminhou uma petição que pede afastamento da juíza Marixa Fabiane Lopes do caso.
Ércio Quaresma critica a escolha da Vara de Contagem para tomar à frente do julgamento de Bruno, uma vez que o crime supostamente teria acontecido em Vespasiano.
- O juízo natural é aquele onde aconteceu o fato. Fato: Morreu quem? Morreu aonde? Morreu alguém em Vespasiano. Se morreu em Vespasiano, o que que Contagem está metendo o bedelho nisso? - disse em entrevista exclusiva.
Quaresma apresentou os documentos às 18h29 no Fórum de Belo Horizonte, o qual deverá encaminhá-los para juíza da Vara de Contagem.
O defensor já teve como clientes oito envolvidos no caso - entre eles Luis Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e a ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza - mas hoje defende apenas o atleta "por uma questão de estratégia".
Bruno e mais oito pessoas estão presas e responderão pelo sequestro e morte de Eliza.
No documento, a defesa afirma que devem ser anuladas as decisões da juíza, inclusive a que pediu a prisão preventiva de Bruno. "A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente", diz um trecho. "Por derradeiro, reconhecida a incompetência deste juízo, o que é óbvio e ululante, faz-se imperativo o reconhecimento da nulidade da decisão de V. Exa. que recebeu a denúncia e decretou a prisão preventiva do excepiente".
Inquisição
Quaresma ainda tenta desqualificar o andamento do processo até agora. A defesa prévia afirma que o goleiro não teve acesso às provas do crime. "O que não se revela constitucionalmente lícito, segundo entendo, é impedir que o réu (ou indiciado, quando for o caso) tenha pleno acesso aos dados probatórios" Em outro trecho, compara a situação de Bruno com a "inquisição". "Com a 'plena defesa' são incompatíveis, e, portanto, inteiramente inadmissíveis, os processos secretos, inquisitoriais, as devassas, a queixa ou o depoimento de inimigo capital."
{Fonte: Site Terra}
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