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sábado, agosto 4

Pelo menos 30 presos morreram em cadeias do RS nos últimos dois anos



Eles foram vítimas de doenças e da violência dos detentos, diz promotor.




Pelo menos 30 presos morreram dentro de presídios da Região Metropolitana de Porto Alegre nos últimos dois anos, vítimas de doenças ou da violência entre os detentos. O levantamento, feito pelo promotor de Justiça Gilmar Bortolotto, adiciona mais um item na lista de problemas das penitenciárias gaúchas: falta segurança e assistência para os detentos que deveriam estar sob os cuidados do Estado.

Nesta sexta-feira (03), a equipe da RBS TV teve acesso às imagens dos corpos quatro presos assassinados no Instituto Penal de Charqueadas. Segundo o Ministério Público (MP), eles foram encontrados em covas no terreno onde fica o pavilhão do regime semiaberto. Na terça-feira (30), a pedido do MP, a Justiça interditou o local em virtude da falta de segurança.

“Nos últimos dois anos, foram pelo menos 30 mortes por doenças, como HIV e tuberculose, ou violência entre os detentos dentro de institutos penais. Quando um preso é eliminado desta maneira, é uma barbárie. Ou seja, o contrário do que estamos tentando fazer aqui há muito tempo. Ninguém está isento desse julgamento, a falha é de todos”, diz Bortolotto.

O promotor mostra os registros de ameaças, denunciadas por presos que têm medo de morrer. Ainda conforme Bortolotto, algumas famílias de detentos desaparecidos chegaram a registrar ocorrência. A situação se repete em outras cadeias. Na Colônia Penal de Mariante, em Estância Velha, a polícia chegou antes que o corpo de um preso, escondido dentro de um latão de lixo, fosse descartado pelos autores do crime.

“É fundamental que o Estado se faça presente nos presídios, para garantir um clima civilizado e permitir que o preso que quer pagar sua conta e sair livre do estabelecimento penal possa fazer isso com tranquilidade. É preciso que os delitos nas casas criminais, mesmo aqueles em que as vítimas são os próprios presos, sejam investigados”, afirma o promotor.

A Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) informou que vistorias foram feitas nos presídios, mas que nada foi encontrado. A interdição do Instituto Penal de Charqueadas, que proíbe a entrada de novos detentos, é válida por 30 dias ou até que Susepe adote medidas de segurança que garantam a integridade física dos detentos.

Fonte: G1RS

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