Um boato divulgado na tarde desta quinta-feira (22) afirmou
que o goleiro Bruno Fernandes teria tentado suícidio dentro da Penitenciária
Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, mesma cidade em que o júri do caso
Eliza Samudio está sendo realizado. O boato causou tensão no Fórum de Contagem,
onde o julgamento chegou a ser interrompido por cerca de 20 minutos pela juíza
Marixa Fabiane. Ela dispensou os jurados por alguns minutos, por volta de
16h10, e disse a todos no tribunal se manterem em silêncio sobre qualquer
notícia ou informação, por já saberem do que se tratava, referindo-se ao boato.
A sessão já havia sido retomada, às 16h45 desta quinta.
O boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de
Minas Gerais. Segundo a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos
Danunzio, confirmou que Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou
a ir até o pavilhão onde o atleta está para verificar seu estado de saúde. A
tensão ocorreu durante o depoimento da ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes
de Castro.
Do lado de fora do tribunal, o falso boato também causou
confusão. Jornalistas cercaram o advogado Lúcio Adolfo, defensor do goleiro
Bruno, para saber informações sobre o caso. Ele seguiu para trás de um portão
fechado, na entrada do fórum, protegido por policiais militares.
Ex-namorada de Bruno depõe
Fernanda, que estava sendo interrogada, às 16h45 desta
quinta, confirmou parte do depoimento dado por Luiz Henrique Ferreira Romão, o
Macarrão.
Ela disse que Macarrão, que como ela é réu no processo sobre
cárcere privado e desaparecimento de Eliza, usou seu carro, um Gol, por cerca
de 20 minutos. Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado de carro a
ex-amante do jogador, Eliza, até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte,
onde a jovem entrou em um
Palio. "Ele ia levar ela para morrer", afirmou o
réu.
Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada
por Macarrão que a ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do
goleiro, Jorge Luiz Rosa, num momento anterior ao episódio do carro. "Ele
[Macarrão] e Jorge foram encontrar com Eliza para negociar uma dívida. Ele
disse que houve uma briga no carro entre Jorge e Eliza por causa de algo que
Eliza teria dito algo sobre o jogador que não agradou Jorge", disse.
A ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza
por alguns momentos e que chegou a fazer mamadeira para ele. "Fiz a
mamadeira e troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi
para o o quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive
vontade de falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a
mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante,
segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da
criança.
Quarto dia de julgamento
O quarto dia do júri do caso Eliza Samudio no Fórum de
Contagem começou por volta das 14h30 desta quinta-feira com o depoimento da ré
Fernanda. Ela e Bruno foram namorados na época em que Eliza desapareceu,
em junho de 2010.
No processo, Macarrão é acusado de homicídio triplamente
qualificado contra Eliza, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver.
Já a ex-namorada de Bruno é acusada de sequestro e cárcere privado de Eliza e
de Bruninho. Ambos negam.
Terminado o depoimento de Fernanda na chamada fase de
instrução, em que as provas são apresentadas, terão início os debates, com
apresentação de argumentos de acusação e defesa para tentar convencer os
jurados.
Bruno ficou 'decepcionado'
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, disse que o
atleta ficou "decepcionado" ao saber nesta quinta (22) das declarações
dadas pelo réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no julgamento do caso
Eliza.
Macarrão afirmou, em depoimento à juíza Marixa Fabiane, que
à época do caso, ocorrido em junho de 2010, levou a ex-amante do jogador de
carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte,
onde a jovem entrou em um
Palio. "Ele [Bruno] ia levar ela para morrer",
disse.
Fonte: Site G1
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