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segunda-feira, setembro 9

Juízes da Infância e Juventude pedem melhorias em unidades de internação da FASE

Os magistrados que integram a Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude do Poder Judiciário Estadual manifestaram  sexta-feira, dia 6/9, a sua preocupação com os problemas estruturais e de conflito que vêm ocorrendo nas unidades da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) no Rio Grande do Sul. Em entrevista coletiva concedida na Corregedoria-Geral da Justiça (CGJ), em Porto Alegre, os Juízes propuseram a abertura da discussão com a sociedade e cobraram medidas efetivas do Executivo para promover melhorias necessárias às instalações da Fundação.

Pela manhã, os Juízes Roberto Carvalho Fraga, Vera Deboni, da 3ª Vara da Infância e Juventude da Capital, Leoberto Brancher, da Comarca de Caxias do Sul, Luis Antônio de Abreu Johnson, da Comarca de Lajeado, Luis Carlos Rosa, da Comarca de Santo Ângelo e Alan Peixoto, da Comarca de São Luiz Gonzaga, que integram a Coordenadoria Estadual da Infância e Juventude, estiveram reunidos para debater o tema.

Os magistrados defendem um marco regulatório que oriente a rotina e os procedimentos técnicos que balizarão o trabalho dos agentes em atuação nas unidades da FASE. A proposta é pela atualização e readequação do Programa de Execução de Medidas Sócio-Educativas de Internação e Semiliberdade do Rio Grande do Sul – PEMSEIS.

O Juiz Coordenador Estadual da Infância e Juventude, Roberto Fraga, destacou as duas rebeliões recentes ocorridas nos Centros de Atendimento Socioeducativos (CASE) de Pelotas, em 4/9, e em Caxias do Sul, no dia seguinte, e disse que a situação é vista com muita preocupação pelo Judiciário. O problema não está só na assistência social ou na educação dos jovens, mas em encontrar medidas que resultem na reversão de trajetórias que, futuramente, podem se tornar criminosas, avaliou o Juiz Leoberto Brancher.

A Juíza Vera Deboni reforçou as afirmações do colega, enfatizando serem necessárias melhorias estruturais nas casas de internação. Ela citou o exemplo do CASE POA I, que está interditado desde 23/5, por conta de uma rebelião. Não há perspectiva de desinterdição do local, disse. Há a expectativa de construção de uma unidade na Capital, a CASE POA III, cujo edital sequer foi publicado. O mais preocupante é que a renovação do convênio com o Governo Federal, que está disponibilizando a verba para a obra, expira neste ano. O RS corre o risco de perder esses recursos”, ressaltou ela. Existe ainda a promessa de construção de unidades em Osório e em Santa Cruz do Sul, ainda sem expectativa de sair do papel.


Para a magistrada, a interdição não é o caminho para a solução do problema, mas apenas um mecanismo pontual. Ainda que interditássemos todas as unidades da FASE no Estado, não resolveríamos o problema. Causaríamos um colapso. Ao todo, são sete unidades de internação no RS, sendo que, atualmente, a CASE POA I está interditada.

Fonte: Site do TJRS

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